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Chupeitando o Seio Materno


É curioso ouvir que os bebês “chupeitam” o seio materno. Essa afirmação que é antiga, um dito popular, que aparece em muitos diálogos como a justificativa em se explicar a tal fase oral do bebê. Verdade é que existem bebês que nascem com o reflexo da sucção extremamente apurados, onde seria capaz segurá-los apenas pelo dedo e eles certamente ficariam pendurados! O músculo da boca, no momento do nascimento, é o mais desenvolvido do que todos os outros do corpo do bebê. Podemos dizer que o bebê é apenas “boca” no sentido literal da palavra. Está comprovado que a força da sucção está relacionada simplesmente ao processo de sobrevivência do bebê nos primeiros meses de sua vida, e muitas mães ainda confundem a importância desse comportamento em suas vidinhas.


Mas claro que não é apenas nutrição física. O bebê também possui o mecanismo do choro, extremamente potente, capaz de despertar a mãe mais sonolenta do mundo. Mas, além de perceber o mundo com a boca, é comprovado também que os bebês sentem este mundo pela boca, o sentir emocional. O toque é importante, a voz, o sentimento de acolhimento de um colo quentinho e amoroso são fundamentais para o exercício deste suprimento emocional. Mas a boca, ainda continua sendo o ponto mais importante e sensitivo de um bebê. Se a mãe compreende bem o processo da exterogestação no primeiro trimestre de vida do seu bebê, irá abandonar de vez o conceito do “chupeta+peito= chupeitar”.


O mecanismo de sucção da chupeta, na verdade, não deveria ser associado ao seio materno, simplesmente porque são duas coisas completamente distintas. O seio materno nutre fisicamente, afetivamente; estabelece o fortalecimento do vínculo, sacia a vontade emocional e afetiva do bebê de se sentir pertencido e amado por sua mãe. O seio materno é consolo imediato, é certeza de não abandono…


O seio materno é a grande solução para o bebê que nasce e que ainda é um feto, totalmente imaturo e dependente. Sem o seio, o bebê simplesmente morreria. A chupeta é o pacificador mecânico, do ouvido dos adultos, é um consolo vazio, sem troca, é a simples desculpa de que: a mamãe já volta, mas ás vezes nunca volta, e adormecendo, o bebê finalmente desiste de esperar. Quando impedimos o processo de evolução sadio da fase de sucção, condicionamos nossos bebês a serem dependentes e eternamente insatisfeitos. Uma vez que o bebê supre suas necessidades emocionais através da sucção afetiva, ajudamos a passarem por esta fase com êxito e evoluindo, a abandonam de vez no momento certo.


O melhor seria se pudéssemos auxiliar esta fase da sucção entendendo que não é definitivamente o fato de chupeitar o seio materno, mas o processo de maturação emocional, de formação sadia e plena e uma fase fundamental na construção de uma vida futura equilibrada e feliz. Vamos então, permitir que a multifunção do seio materno seja exercida. Quando finalmente internalizamos o conceito, ficamos em paz e consequentemente transmitimos essa mesma paz e segurança para os nossos bebês.




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